sexta-feira, 21 de março de 2008

Brad Pitt para revista: "Angie é o amor da minha vida"


Brad Pitt conta como consegue se dividir entre quatro filhos, seis casas e a eterna fuga dos paparazzi sem atrapalhar a relação com Angelina Jolie: Ela é minha parceira. Tudo o que nos acontece vem do núcleo que nós formamos? Por Harold von Kursk, de Toronto.

Onde esse homem arruma tempo para tanta coisa? Brad Pitt gasta seus dias entre Angelina Jolie, quatro filhos, seis casas pelo mundo afora e um monte de projetos profissionais. O último deles é o filme O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, no qual vive o lendário ladrão de bancos americano que ficou paranóico com a perseguição de policiais. Por conta do papel, Brad ganhou o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cinema de Veneza, ficou cotado para levar o Oscar e, mais uma vez, foi obrigado a percorrer vários países com a família. Nesta entrevista, ele conta como faz para encarar tudo isso e ainda dar conta da educação dos filhos adotivos Maddox, 6 anos, Pax, 3, e Zahara, 2, e da filha legítima Shiloh, de 1 ano. Tudo sem afetar sua história de amor com Angelina.
Sua vida mudou muito após virar pai de família?
Foi a coisa mais divertida que já me aconteceu. E o maior aborrecimento também! (risos). Filhos mudam tudo. Ser pai impõe um senso de responsabilidade maior e de repente você se vê levando a sério. Mas também não enxergo isso como uma imposição. Encaro como uma coisa enriquecedora. Eu quero vê-los crescendo, aprendendo coisas. É um grande sentimento! Hoje não consigo me imaginar voltando à minha vida de antes.
Com Angelina e seus filhos, você leva uma vida itinerante. Como as crianças convivem com tantas mudanças? Agora a gente tem seis casas lindas espalhadas pelo mundo. Então temos conforto em Nova York, Nova Orleans ou onde quer que nosso trabalho nos leve. E as crianças já estão acostumadas. Os garotos mais velhos estão sempre perguntando sobre a próxima viagem. São muito curiosos, interessados no que acontence à sua volta. E podem não entender isso agora, mas ficarão marcados pelos lugares que estão conhecendo. A única coisa na qual precisamos pensar é na escolarização deles. Então entramos em um programa internacional que faz com que o currículo seja aceito onde quer que vamos. Nosso filho mais velho, Maddox, entrou numa escola bilíngüe. Aí, Angie e eu estamos aprendendo francês. Eu gostaria que tivessem me dado essa chance quando estava na escola...
Você e Angelina acabam de comprar uma casa em Nova Orleans... Por que mais uma?
Nós fizemos de Nova Orleans a nossa base americana. Também temos uma casa em Los Angeles, mas lá a coisa se tornou inviável. Tem paparazzi demais, muita gente do lado de fora do portão, multidões nos seguindo em furgões, máquinas fotográficas enfiadas no rosto dos garotos. Eu, às vezes, até me divirto com essa visão que meus filhos têm do mundo. Sempre que eles saem na porta de casa, encontram pessoas paradas com câmeras. Eles vão estranhar quando perceberem que isso não é o normal! Mas quero ter alguma aparência de vida real e achamos isso em Nova Orleans. As pessoas lá são realmente tranqüilas.
Os filhos mudaram a sua vida com Angelina?
Angie é a mulher da minha vida, a minha parceira. Tudo o que nos acontece vem desse núcleo que formamos. E nós somos como qualquer mãe e pai que precisam lidar com as responsabilidades e limitações de tempo de uma família grande. É claro, os garotos são bagunceiros. Mas eles são fantásticos, dizem as coisas mais divertidas que eu já ouvi. Hoje o mais importante para nós é garantir tempo para eles, porque é nossa obrigação mostrar o mundo para nossos filhos, ajudar a educá-los. Precisamos estar disponíveis para nós também, mas a família vem primeiro.
Como encaixa sua vida pessoal movimentada com os projetos sociais e a rotina de ator?
Percebi que agora posso fazer muito mais coisas do que jamais imaginei, então estou desfrutando desse período. Isso tem a ver com reorganizar o meu mundo, com me envolver mais com as coisas, com não me limitar. E quero fazer coisas diferentes, filmes significativos, trabalhar com vários diretores.
E você é um curioso com design e arquitetura...
Meu primeiro salário foi gasto em um aparelho estéreo e uma cadeira. A cadeira era o máximo! (risos). Sou muito suscetível ao ambiente e acredito que todo mundo é assim. Sempre lembro de uma frase do Churchill: "Nós moldamos nossos edifícios e nossos edifícios nos moldam". Concordo.
Seu filme mais recente é O Assassinato de Jesse James... Como você se aproximou dessa figura mística da história americana?
Jesse James viveu com grande paranóia, boa parte dela justificada. Nos últimos anos, já não confiava em ninguém, só na mulher. Eu queria que as pessoas vissem a solidão e o pavor que cresciam na alma dele. Gravamos nos desertos do Canadá, em meio ao isolamento e à vastidão. Isso me ajudou a entrar na cabeça dele, que era do Missouri, de onde eu venho, território bem parecido com o que encontramos no Canadá.
Angelina e seus filhos também estavam no set?
Estavam, sim. Angie estava grávida. A gente ficou alojado no bosque em uma cabana de toras ao lado de um rio. Foi um tempo mágico... Nós nos sentíamos calmos, havia algo de libertador em não ter de lidar com o monte de atenção que recebemos normalmente.
Jesse James foi um homem procurado durante boa parte da vida. Você fez alguma comparação entre isso e o assédio que sofre da mídia?
Fiz, sim (risos). Pesquisei a vida dele e descobri que naquela época também havia uma cultura de tablóides. Foi assim que o mito em torno dele foi criado. No filme, James foi apanhado por causa da própria celebridade. Consigo entender perfeitamente seus sentimentos de ter a cabeça a prêmio em certa medida. Felizmente, ninguém está apontando armas para mim! (risos)
Mas como é conviver com a atenção da mídia o tempo todo?
Convivo com isso há tanto tempo que ficaria desconfiado se não visse pessoas me seguindo (risos). Mas fico irritado quando os paparazzi começam a berrar o nome dos meus filhos. É revoltante... Sei que eles não merecem ter essa visão bizarra do mundo, em que são seguidos o tempo todo. Mas, no geral, sei que estamos dando para as crianças uma vida boa. É uma grande aventura para eles. E fico feliz quando a minha família está feliz. Tenho uma vida muito intensa!

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