
Todos os anos a revista "Newsweek" organiza uma conversação em uma mesa redonda, com os atores mais destacados nos filmes do último ano, candidatos potenciais para os próximos Oscars. Neste ano a "Newsweek" colocou na mesa redonda do Oscar 2008 a atriz Angelina Jolie, George Clooney, Daniel Day-Lewis, Ellen Page, Marion Cotillard e James McAvoy.
Angelina falou bastante sobre seu papel no filme "O Preço da Coragem" (A Mighty Heart):
"Eu estava confortável se Mariane (Pearl) estava conforável. Mas eu não estava tão a vontade no primeiro dia de gravação quando compreendi que o estilo do filme estava inacreditavelmente cru. Freqüentemente não havia nenhum ensaio, ninguém dizendo "corta". Por exemplo, tinhamos três ambientes diferentes, três quartos onde iríamos filmar. Nós entravámos em um quarto e ficavámos conversando, dizendo nossas falas, filmando. Eu ia fazer xixi, saía, voltava e a câmera ainda estava ligada. E eu pensava "Ok..."
"Então eu falava minhas cinco falas novamente e isso se tornava em mais 10 minutos de filmagem, quando alguém ia pegar alguma coisa na cozinha, ou quando eu ia para meu quarto, ele continuava nos seguindo, filmando. Era muito estranho. Mas esse se tornou o melhor jeito para filmar. Era um caos. Era muito íntimo, e meu maior medo era que se algo horrível acontecesse, a câmera estaria assim (Angie faz um movimento como se a câmera estivesse direto em seu rosto), mas todos nós estavámos conectados em cada momento da filmagem. Mesmo quando almoçávamos nós nos sentávamos todos juntos ou saíamos para caminhar. Nós estávamos sempre presentes no filme. E como um ator, ele (falando sobre o diretor Michael Winterbottom) me fez novamente amar atuar, e isso foi ótimo. Um dia uma das meninas ficou doente e desmaiou, e ele disse pra ela: "Na próxima vez, nos avise". Ele pode ser um pouquinho louco mas eu realmente o adoro."
Day-Lewis: É tão importante trabalhar o jeito que você precisa trabalhar, e você provavelmente já encontrou um jeito que funcione pra você. Angelina, o que você fez em "A Mighty Heart" é uma coisa muito, muito particular - ter a responsabilidade de tentar interpretar uma mulher quem você conheceu bem, obviamente, durante este tempo. Qual foi sua experiência ao deixar o filme?
Jolie: Eu estive pensando sobre quando vocês estavam conversando sobre deixar um personagem, um papel. Eu fiquei cara a cara com a pessoa que tive que interpretar. E eu continuo vendo ela. Nossos filhos brincam juntos. Então isso era muito estranho. Mas ela é a mulher maravilhosa, a havia algum tipo de "parentesco" que eu sentia em relação a ela. Eu realmente a adoro, e posso dizer isso porque eu a conheço. E isso, realmente, me deixou terrivelmente nervosa. Esse foi o primeiro filme que eu não dormi na noite anterior do dia em que começaríamos a filmar. Essa noite, ela e seu filho vieram dizer um oi para o pessoal, para dizer boa sorte antes que eles saissem. Adam (filho de Mariane) falou sobre seu pai, e eu compreendi que quando esse menininho crescesse, este filme inteiro - não importa o que os críticos dizem, ou o que qualquer outra pessoa diz - iria ser sua re-promulgação de quanto seus pais se amaram e como afetou sua mãe quando isso aconteceu. Então, como uma atriz isso certamente me encheu de tantas feramentas e emoções que precisei, porque era tão real. Mas como sua amiga eu fiquei muito, muito assustada. Eu fique bastante aliviada quando ela sentiu que tinhamos feito direito.
NewsWeek: Mariane ia ao set durante as filmagens?
Jolie: Não, ela nunca ia ao set. Ela foi no primeiro dia, e me viu vestida no traje de seu casamento. Pensei que neste momento ela compreendeu que não poderia assitir nada disso. Ela disse que estava absolutamente igual, e então depois nós jantamos e ela me disse que iria partir na manhã seguinte.
NewsWeek: Quando assisti "A Mighty Heart" eu pensei que era um filme muito politico, mas não abertamente politico, como aquelas cenas ao redor da mesa de jantar, onde muitas pessoas de diferentes culturas estão trabalhando juntas. Existe algum tipo de comentário nisso. Vocês discutiram isso quando vocês estavam trabalhando no filme?
Jolie: Sim, nós estávamos bastante conscientes disso. É algo que Mariane fez uma grande citação em seu livro, e é muito de como ela é, e o que a família representa hoje em dia. Todos eles continuam a trabalhar - em direção ao diálogo. Apenas de ter esses atores ao redor da mesa foi um adorável equilibrio, porque durante essa época quando nosso país estava em guerra com muitas coisas acontecendo, estar na Índia e no Paquistão com atores indianos e paquistanêses que normalmente também não trabalham juntos e não atravessam suas fronteiras, para fazer a eles perguntas sobre politica, para realmente ter conversas abertas sobre 11 de setembro, sobre a cultura muçulmana, a cultura americana, compartilhando alimentos, compartilhando idéias e escrevendo o nome dos nossos filhos, isso fez algo para nós. Realmente animava dizer, "Deus este ator paquistanês, ou este ator indiano, é um dos melhores atores com quem eu jamais trabalhei", e eu frequentemente penso sobre os atores. Penso que é muito simbólico sobre o que esse pedaço representa.
Durante a entrevista de 60 minutos, nossa atriz/ativista Angelina Jolie disse muitas coisas sobre como é a arte de atuar em sua vida.
"Eu acredito que suas experiências no dia-a-dia faz com que você aprenda certas coisas que você deve fazer e de que você não deve fazer. A coisa que eu mais gostava de fazer era poder sentar na estação de metrô e assistir as pessoas; E viver e andar entre essas pessoas e vê-las vivendo e conversando. E eu perdi isso. Foi a coisa mais difícil de perder e eu acho que isso não te emociona" declarou Angelina Jolie.
http://www.newsweek.com/id/96123
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